domingo, 14 de dezembro de 2008

Crônicas de um sentimento


Um dia, ele sentiu que teria mais razões para existir. Sentiu que fortes emoções surgiriam e o fariam mais belo, mais forte.

“É...Estou sentindo.Tem algo a nascer... e isso é muito sério. Sente-se uma luz...um brilhar típico dos nascimentos..dos encarnes...das paixões..das absorções e abstraçõesForte....intensa..alusão ao sol da manhã que caminha rumo ao meio dia da vida....que surge no meio da vida...na vida madura....que atura...e mais do que atura, ela cria...e vive....sobrevive.Mas por enquanto só resiste...resiste e persiste.....mais resiste....Até o dia em que as nuvens não sairão, mas não serão sentidas! Tampouco levadas a sério.Serão perfuradas....penetradas....rasgadas mesmo. Com a tal força de um raio e a sutileza de um sol......que brilha...e resiste. E ilumina...e persiste.”

E ele é só emoção. Enfim! Eis que vem a razão de sua existência! Seu desejo de existir agora teria uma concreta razão para permanecer!

Sim...ele!

“Antes de tudo, antes de mais do que tudo...vem a descoberta...a sua reveladora descoberta sobre você mesmo .E surpreendentemente, ou propositalmente, ou repentinamente...ela não é como você imaginava...
Não é trágica, não é avassaladora, não é revolucionaria... ela é simplesmente você.....e VOCÊ sim...é revolucionário, é inovador, é avassalador...a partir do momento que descobre quem você é; somente neste momento você vive você...cresce você...mora você...deseja você...ama você...é você.
“Vamos viver tudo que há pra viver; vamos nos permitir”
Eu tenho me amado mais... e tenho percebido o que é amar...como disseram certa vez: ama-te, e amarás...
Entendo...
Sim.”

Muito orgulhoso de ser quem é, não sentiu-se acanhado em mover mundos e fundos para dar vazão a si próprio. Foi nobre, puro e guerreiro. Como sempre, acima de tudo foi honesto consigo mesmo. E viveu. “Viveu-se”

Certas horas, ele sabia que estava indo direto ao muro de concreto. Mas sua natureza guerreira muito presente o fez enfrentar o saber Assim era mais desafiador. E sincero. Acreditou no que já ouvira falar: sinceridade acima de tudo!
“Aaaaaahhhh, o conflito!
Quer coisa mais deliciosa que o conflito?
A verdadeira sensação de estar vivo misturada com a angustiante sensação de limitar sua vida.
Limitar àquilo que...não tem limites!
Que é inexplicável...até o ultimo momento!
Além desse, pode até perder a graça
Mas.... graça é ficar sem graça diante do sem ter o que fazer...
É resistir aqui...e ali também
Ora se render.
É sobreviver assim...
Ora se limitando, uma hora se soltando
E que a inversão seja tão válida quanto...
É viver com a liberdade...de se estar preso
Àquilo...daquela forma....que nunca se sabe qual.”

Necessitava de ser sincero com ele próprio. O mundo implora por verdades. Não poderia ser ele mais um a mentir. Quanto mais sobre tal assunto
Foi em frente...
...
Mas havia sim um muro de concreto
E nele bateu...

“Corre...pega ele! Meu Deus..tá muito ferido. Não vai conseguir sozinho...”

...........................

Se eu peco, é na vontade de querer....é?
Pois então, é pra deixar de querer?
Tudo bem...

Encerro uma fase de brilho na minha vida. Brilho de explosões.
Muitas explosões.
O que restou, neste momento está olhando fixamente o pôr-do-sol na beira do mar, segurando sua arma com as roupas rasgadas ao fim da batalha.
Orgulhoso por tal feito, sim. Mas a guerra não acabou.
Ele foi bravo, sabe que foi brilhante! Tanto quanto as explosões.

Mas está cansado.

Pede apenas que o Sol se ponha e declare de uma vez por todas o fim desse período. E que deixe a certeza de que amanhã, depois de uma bela noite de descanso, nascerá novamente iluminando novos horizontes.
Mas amanhã, porque hoje nada mais lhe parecerá belo além do aconchego e segurança de sua toca...
* todos os textos entre aspas são meus.

Nenhum comentário: